01 dezembro 2010

Cientistas avançam no estudo de exoplanetas

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Os astrônomos conseguiram pela primeira vez analisar a atmosfera de uma "superTerra", nome dado a exoplanetas rochosos pouco maiores que nosso planeta, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (1). O avanço é considerado um passo fundamental na busca por planetas em outros sistemas estelares com potencial de abrigar formas de vida reconhecíveis, afirmaram os pesquisadores.

"Alcançamos um marco no caminho para caracterizar estes mundos", comemorou Jacob Bean, professor do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, que coordenou o estudo. O exoplaneta em questão, batizado de GJ 1214b, está a 42 anos-luz - 400 trilhões de quilômetros - do nosso Sistema Solar e é 2,6 vezes maior que a Terra.
Planeta é retratado em escala com a estrela que orbita, com uma volta completa durando
 apenas 38 horas. GJ 1214b dista apenas 2 quilômetros do astro luminoso. (Foto: L. Calçada / ESO)
Descoberto no ano passado, o GJ 1214b orbita uma estrela pequena e de brilho fraco, o que facilita a obtenção de dados sobre sua atmosfera pelos cientistas, capazes assim de analisar a luz que a atravessa antes de chegar até onde estamos.

O comprimento de onda da luz revela especificidades da composição química e do clima da atmosfera.

Usando o Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul, instalado no Chile, Bean e sua equipe conseguiram reduzir o escopo de possibilidades para a composição da atmosfera do exoplaneta de três para duas.

A primeira hipótese é de que o GJ 1214b seja coberto por água - provavelmente em estado gasoso, devido à proximidade entre o exoplaneta e seu "sol". A outra possibilidade é que o astro seja um exoplaneta rochoso em cuja atmosfera predomina o hidrogênio, com nuvens altas ou neblina encobrindo o céu.

O que as observações provaram é que este exoplaneta não é um "mini-Netuno", com um pequeno núcleo rochoso e uma atmosfera profunda e rica em hidrogênio.

"Embora não possamos dizer ainda exatamente do que é feita a atmosfera, é um passo animador no sentido de nos tornarmos capazes de eliminar opções para um mundo tão distante, ficando entre gasoso ou enevoado", explicou Bean.

"Este planeta é quente demais para ser considerado habitável", disse Bean à AFP. "Nas regiões da atmosfera onde a pressão é semelhante ao que vemos ao nível do mar na Terra, estimamos que as temperaturas cheguem a mais de 500 graus Celsius".

A órbita do GJ 1214b em torno de sua estrela é de 38 horas, da qual dista apenas dois milhões de quilômetros, 70 vezes mais perto que a Terra do Sol. Apesar disso, este exoplaneta é menor, mais frio e mais parecido com a Terra do que qualquer outro já identificado até hoje.

A maioria dos mais de 500 exoplanetas descobertos até hoje são "Júpiteres quentes", apelido que se deve a suas massas gasosas e enormes, além das altíssimas temperaturas. Mas com a evolução dos instrumentos de observação os astrônomos começaram a identificar cada vez mais exoplanetas rochosos semelhantes ao nosso.

"Estamos trabalhando para encontrar e caracterizar as atmosferas de planetas potencialmente habitáveis", indicou Bean. "Ainda não chegamos lá, mas o objetivo é possível na perspectiva da próxima década". A atmosfera da Terra é composta por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases.

Fonte: G1

1 Comentário

meundo

Sei que a ciência evoluido vertiginosamente e, ainda é puco, pois há muitos conhecimentos a serem explorados, bem sei também que os homens têm alcançado muitas conquistas por mei da evolução tecnológica, mas no meu ponto de vista não há planetas habitáveis na galáxia, acho que é uma busca sem sentido, vejo como uma rota de fuga iminente devido às mazelas mundiais...

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