Especialistas achavam que os conjuntos de estrelas cresciam ao colidirem entre si (Foto: NASA) |
Segundo eles, as jovens galáxias se "alimentaram" do gás frio que as cercou depois para dar à luz novas estrelas, abrindo um novo caminho para se compreender a expansão do Universo.
Análises de luz antiga, conhecida na linguagem astronômica como redshift (desvio para o vermelho, em português), indicam que as primeiras galáxias se formaram há cerca de 13 bilhões de anos.
Nos primeiros bilhões de anos que se seguiram à origem do Universo, a massa da maior parte das galáxias aumentou consideravelmente e entender como isso ocorreu é um dos maiores desafios dos astrofísicos.
Até agora, muitos especialistas acreditavam que as galáxias aumentaram de tamanho colidindo e fundindo-se entre si.
Mas uma teoria diferente argumenta que essa não seria a única resposta. Uma abordagem mais sutil também funcionaria. De acordo com esse argumento, uma galáxia jovem sugaria o gás frio interestelar como matéria-prima para produzir novas estrelas.
Uma equipe de astrônomos pôs a ideia à prova, usando um espectrógrafo - equipamento que permite fazer a análise de luz - no telescópio europeu VTL (Very Large Telescope), instalado no deserto do Atacama, no Chile.
Os astrônomos começaram por selecionar três galáxias muito distantes entre si, semelhantes à Via Láctea, com tempo estimado de existência em cerca de 2 bilhões de anos após o surgimento do Universo, que certamente não tenham tido contato com outras galáxias.
Depois, observaram o centro dessas três galáxias com o VTL e perceberam que seu "coração" continha elementos atômicos menos pesados que os de outras, apesar de formar estrelas vigorosamente.
Inversamente, o centro das galáxias mais próximas da nossa são abundantes em "elementos pesados", ou seja, diferentes dos gases hélio e hidrogênio.
Os dois gases constituíram a quase totalidade do Universo após a origem do Universo e foi a partir dessa matéria-prima que as primeiras estrelas se formaram.
A novidade sugere que a matéria que alimenta a geração de estrelas nas jovens galáxias procedeu do "gás primordial" que as cercava e que continha poucos elementos pesados.
Giovanni Cresci, chefe da equipe de cientistas do Observatório de Astrofísico Arcetri, na Itália, comentou a análise.
- [Os resultados] são a primeira evidência direta de que a adição de gás primitivo realmente aconteceu e que foi suficiente para incentivar uma vigorosa formação estelar e o crescimento de galáxias maciças no jovem Universo.
Segundo o Observatório Europeu Austral (ESO), a descoberta é "a maior prova, até agora, de que as jovens galáxias absorvem gás primitivo" e o utilizam como combustível para dar origem a novas estrelas.
- A descoberta terá um enorme impacto na nossa compreensão sobre a evolução do Universo até os dias atuais. As teorias sobre a formação das galáxias e sua evolução precisam ser reescritas.
Fonte: R7.com
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