18 maio 2010

Brasileiros terão nomes no espaço

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Essa foi a primeira vez que estudantes brasileiros conquistaram
primeiros lugares na Intel Isef (Foto: Arquivo Pessoal)
Eles ainda não sabem direito como usar essa honra, mas já receberam o prêmio. Cinco estudantes brasileiros vão ter seus nomes usados para identificar asteroides, em reconhecimento pela vitória na Intel Isef (International Science and Engineering Fair), uma das maiores competições científicas pré-universitárias do mundo, que acontece nos Estados Unidos.
Desde 2001, o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) tem um programa que incentiva estudantes do ensino fundamental e médio a fazerem pesquisas científicas e dá o nome deles e de seus professores a asteroides (objetos espaciais metálicos e rochosos que fazem sua órbita em torno do Sol, mas são muito pequenos para serem considerados planetas). A maior parte deles está localizada entre Marte e Júpiter. 

Os asteroides que ganham os nomes desses jovens foram descobertos pelo programa Linear, do MIT. Em nove anos, mais de 1.500 estudantes que venceram competições de ciência identificaram esses objetos espaciais. Essa é a primeira vez que isso acontece com os brasileiros.

É o caso de Tamara Gedankien, de 17 anos, que terminou o ensino médio no ano passado na Nova Escola Judaica, em São Paulo. Ela foi a primeira colocada na categoria Ciências Sociais, com um estudo de caso sobre a influência do contexto cultural dos alunos no aprendizado da matemática. Ela usou elementos da cultura judaica, como a gematria (um sistema em que cada letra ganha um valor numérico), em aulas para o 5º e o 9º ano e descobriu que os estudantes tiveram melhores resultados nessa matéria.

Tamara ganhou o equivalente a R$ 14 mil em prêmios e mais R$ R$ 27 mil por ano como bolsa de estudos para fazer cursos na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. Ela quer estudar psicologia. A estudante conta que deve guardar o dinheiro da premiação para investir em sua educação no futuro, ou "tentar uma nova loucura", nas palavras dela, mas ainda não descobriu exatamente como vai usar o fato de seu nome agora ser o de um asteroide.

– Na volta da viagem, no avião, os meninos estavam comentando que talvez sirva para uma cantada. Você chega na praia e diz: "está vendo aquilo no céu? Tem meu nome".

Ela diz que não vai usar essa estratégia, já que uma cantada dessas pode "queimar o filme".

Eduardo Trierweiler Boff, que mora em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e tem 18 anos, é outro brasileiro que vai dar nome a um asteroide. Com o colega Lucas Strasburg Ferreira, da mesma idade, ele ficou em segundo lugar na categoria de trabalhos de grupo. Eles criaram uma prótese para pessoas que tiveram as pernas amputadas que é produzida com pet, material usado na fabricação de garrafas.

Boff, que cursa o primeiro ano do curso de engenharia de produção mecânica, conta que a ideia é produzir próteses mais baratas, que sejam mais acessíveis para pessoas pobres. Ele calcula que o uso do pet faz com que o acessório fique cerca de 85 vezes mais barato que o produzido com fibra de carbono. O projeto foi apresentado pela primeira vez como trabalho de conclusão do curso técnico de mecânica na Fundação Liberato, em novo Hamburgo. 

– A ideia surgiu quando meu colega viu uma pessoa caminhando com dificuldade na rua, sem o pé, pulando. E parecia alguém que não tinha muito dinheiro. Então tentamos bolar algo para ajudar.

O jovem também não sabe exatamente qual é o benefício de dar nome a um asteroide, mas reconhece que a premiação "não é para qualquer um".

Fonte: R7

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