27 julho 2008

Ufólogos visitam a FAB

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Ufólogos têm acesso a documentos confidenciais da Aeronáutica

Pela primeira vez na história, uma comissão de ufólogos é recebida por oficiais da Aeronáutica brasileira, em Brasília (DF). Entre eles, Ademar José Gevaerd, editor da Revista UFO e coordenador da campanha UFOs – Liberdade de Informação Já! "Chega de sigilo sobre UFOs, presidente!" , pede a iniciativa. Deu certo. A Aeronáutica fez o convite e os pesquisadores da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) , representada por Marco Antonio Petit, Claudeir Covo, Rafael Cury, Fernando de Aragão Ramalho e Roberto Affonso Beck, substituindo Reginaldo de Athayde, conheceram o sistema de controle e defesa do espaço aéreo brasileiro.

Essa primeira visita em breve proporcionará muitos frutos e quem sabe talvez os ufólogos consigam desvendar o enigma dos discos voadores. Os pesquisadores chegam ao o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) e foram recebidos pelo brigadeiro Teles Ribeiro, chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, que anunciou a determinação do comando: as informações sobre UFOs seriam liberadas. Eles visitaram ainda a estação meteorológica da entidade, da qual são lançados balões-sondas que transmitem às telas dos computadores informações como pressão, temperatura do ar, umidade.

Todos os dias, em dezenas de estações espalhadas no país, a Aeronáutica lança 90 balões como esses. E, algumas vezes, eles são confundidos com UFOs. O Centro de Controle de Área de Brasília trabalha para garantir a segurança dos vôos. Os aviões em trânsito são indicados nas telas dos radares por códigos em laranja – chamados "etiquetas". De acordo com o oficial se um UFO surgisse no céu ele apareceria na tela “como um avião normal, porém sem a etiqueta, que traz o código que o piloto tem” , explica o oficial.

“Uma imagem radar que não esteja seguindo um plano de vôo, que não siga os procedimentos previstos, passa a ser monitorada pela Defesa Área. Em determinado momento, em função de seu comportamento, o piloto de caça pode vir a ser acionado. Se por ventura, ele apenas visualiza uma luz, pro piloto de caça a missão é defender o espaço aéreo. Se aquela luz desaparece de uma hora para outra, deixou de ser um tráfego desconhecido, ela passou a não existir mais. O piloto de caça retorna para sua base e a partir daí o papel da Força Aérea se encerra” , afirma.

Há um formulário do comando da Aeronáutica que os pilotos que avistam UFOs e outras testemunhas devem preencher. Trata-se do Tráfego Hotel, que é o código que se usa na Aeronáutica para designar esses casos. Dentre os principais questionamentos que devem ser respondidos com detalhes estão: Houve um contato próximo? Um contato imediato com o objeto? Qual era a forma? A cor? O tamanho? A velocidade? Estava parado no ar? Voou em ziguezague?

Os pesquisadores visitaram
ainda o Comando de Defesa
Aeroespacial Brasileiro
(Comdabra)
No local que raramente é permitido o ingresso de câmeras, havia três pastas de documentos que os ufólogos puderam examinar. Na primeira estava o depoimento prestado em 1954 por um comandante da Varig, Nagib Ayub, que relatou ter visto um objeto voador não identificado no Rio Grande do Sul. A segunda continha os relatos dos pilotos envolvidos na perseguição a 21 UFOs sobre São Paulo, São José dos Campos e Rio de Janeiro. O episódio ocorreu em maio de 1986, foi divulgado pelo próprio ministro da Aeronáutica, Otávio Moreira Lima, e apareceu em reportagens do Fantástico.
A defesa aérea me solicitou naquele instante que eu fosse para cima do alvo e tentasse identificar o que era. Era uma luz muito forte” , destaca o oficial. Na terceira pasta estava o relatório do mais impressionante caso da Ufologia Brasileira: a Operação Prato – uma investigação sobre UFOs comandada em 1977, no Pará, pelo coronel Uyrangê Hollanda, morto em 1997. “Nós detectamos, pelo menos, nove formas de objetos, sondas e naves em forma de disco voador. Todos os relatórios eram encaminhados pelo 1º Comar à Brasília” , declarou Hollanda.
O Fantástico teve acesso à sala do Comdabra onde estão todos os arquivos secretos a respeito dos UFOs. Eles são guardados num armário de metal, nas últimas duas gavetas e organizados em pastas – uma para cada ano, desde 1954. Segundo um regulamento da Aeronáutica, os documentos receberam a classificação de "confidenciais" e ainda não podem ser abertos ao público. “A gente verifica o acontecido, através dos relatos e das coisas que os nossos radares registram, e organiza tudo numa só pasta. Posteriormente, é feita uma leitura, porém não se chega a uma conclusão, não se chega a ter uma investigação completa, pois nós não temos capacidade técnica e cientifica para chegar a uma conclusão a respeito de uma coisa que não se conhece profundamente” , declara o brigadeiro Atheneu Azambuja, comandante do Comdabra.

“A campanha continua, não se encerrou por aqui. Nós tivemos hoje apenas um momento mais emocionante, vamos dizer assim, desse processo. Foi quando a Aeronáutica nos recebeu e mostrou: ‘Olha, vocês estão no caminho certo, existem os registros, eles estão aqui e vocês podem vê-los. Nós aguardamos agora que tomem as medidas certas, dentro da lei, para que possam ter acesso efetivo a esses documentos'” , comenta o ufólogo Gevaerd.
Gravação do Cindacta
Oito anos atrás, um oficial da Aeronáutica que pediu para não ser identificado entregou aos repórteres do Fantástico uma gravação capaz de impressionar mesmo aqueles que não acreditam em discos voadores.
São diálogos entre os operadores do Cindacta e dois pilotos da aviação civil, no exato momento em que estariam sendo perseguidos por supostos objetos voadores não identificados. O primeiro piloto era da Transbrasil, uma companhia que não existe mais. Leia o que ele diz pelo rádio:

Piloto 1: Brasília, Transbrasil.
Cindacta: Na sua escuta, prossiga.
Piloto 1: Ele, inclusive, agora está mais próximo da gente. Está numa velocidade violenta. Ele está à nossa direita.
Cindacta: Já há contato visual com alguma forma de aeronave?
Piloto 1: Negativo, porque a luz é muito violenta.

Minutos depois, outro piloto que voava na mesma área relata que também está sendo perseguido por UFOs.

Piloto 2: Ela está realmente, aparentemente, me seguindo. É como se estivesse fazendo um vôo de esquadrilha conosco. Para sua informação temos outra aeronave, outro alvo à nossa esquerda, também.
Cindacta: Estamos verificando dois alvos. São dois alvos que nós verificamos em nosso scope aqui [Scope é a tela do radar].
Piloto 2: São duas aeronaves com cores diferentes. Abaixo, é vermelha, e, acima, é branca.
Cindacta: Positivo. Estamos cientes.

Não se sabe se essa gravação, feita em 1977, está hoje em algum arquivo militar.


> Assista vídeo

> Veja fotos do primeiro encontro da CBU em Brasilia
> Baixe documentos resultados da Operação Prato


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